Crescimento de Igreja: Com Reforma ou com Reavivamento?

Crescimento de Igreja: Com Reforma
ou com Reavivamento?

Heber Carlos de Campos

De uns poucos anos para cá, quase da noite para o dia, se compararmos à idade do cristianismo, alguns setores da igreja evangélica têm sido tomados de um desejo incontido de crescimento a qualquer custo. O Movimento de Crescimento de Igreja (1) tem surgido em toda a sua força, e o crescimento tem sido exigido a qualquer preço. Por essa razão, uma coletânea enorme de metodologias e técnicas tem sido empregada para que o sucesso da igreja apareça.

O mais lamentável é que o crescimento de algumas igrejas locais tem sido conseguido às custas do sacrifício da verdadeira doutrina e do abandono de uma liturgia sadia. Com isso, os templos e os salões têm ficado lotados em suas reuniões. Como a evangelização moderna tem sido antropocêntrica, dizendo ao ouvinte aquilo que se pensa que o incrédulo quer ouvir, também a forma do culto tem sido elaborada de modo a atrair pessoas para adorar a Deus. A adoração moderna é planejada para atrair pessoas (os consumidores de música contemporânea) ao invés de ser promovida para que as pessoas levantem os olhos para o céu para cultuar corretamente o verdadeiro Deus. Ao invés de prepararmos pessoas para serem membros do sacerdócio real, da nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para aprenderem sobre o verdadeiro Deus e a vida eterna em Cristo Jesus, estamos estimulando essas pessoas a apurarem o paladar por aquilo que o entretenimento moderno já lhes apresentou. Antes que verdadeiros adoradores, estamos vendo pessoas preocupadas com o consumo musical e litúrgico, querendo ouvir o que lhes agrada, e não o que agrada a Deus.

Se perguntarmos aos proponentes do Movimento de Crescimento de Igreja, “Por que muitas pessoas hoje não freqüentam aos cultos?” A resposta pronta será: “porque a mensagem e as músicas não são apresentadas ao gosto do público. Nada é feito para que o público seja atraído aos cultos”. A culpa toda recai sobre a falta de atualização ou contextualização da adoração cristã. Então, no afã de se ter a igreja lotada, tudo é formulado para agradar aos freqüentadores em potencial. Esse é o método que os ministros ansiosos por sucesso logo buscam. Mas eles se esquecem de que as pessoas não adoram a Deus porque não o amam verdadeiramente, nem têm qualquer disposição para com o verdadeiro Deus, por causa da sua natureza pecaminosa, que é oposta a Deus. Elas amam a si mesmas e querem ser agradadas naquilo de que participam, quando Deus é quem deveria ser amado e agradado no culto que lhe prestamos.

Atualmente, muitas pessoas, inclusive membros de igreja, não estão dispostas a usar a mente, o corpo, a alma, enfim todo o seu ser, numa congregação onde existe um sólido ensino da sã doutrina, uma pregação expositiva fiel da Santa Escritura e uma adoração racional e reverente. Elas preferem uma reunião em que a Palavra é deixada de lado, mas o “louvor” é a tônica, num encontro de fato movimentado, ao paladar do tempo presente. Não há o verdadeiro compromisso com o reino de Deus, mas ainda assim, o crescimento da igreja é a maior preocupação do movimento que utiliza esse nome, mesmo que seja com o prejuízo de elementos fundamentais da verdadeira adoração e da sã doutrina.

O Movimento de Crescimento de Igreja tem se concentrado numa forma de culto ao gosto do espírito de nosso tempo e de uma evangelização barata, ao invés de ser o produto da obra soberana do Espírito de Deus no meio do seu povo, e dum posicionamento correto do seu povo para com a Palavra de Deus.

Contudo, todos os cristãos sensatos entendem que a igreja deve crescer qualitativa e quantitativamente. Qual é, então, o modo pelo qual uma igreja deve crescer? Precisamos de uma reforma ou de um reavivamento?

Esta pergunta não é a forma correta de levantar a questão. É absolutamente certo que precisamos de ambos em nossa igreja contemporânea. Estas duas coisas têm que andar necessariamente juntas. Do contrário, o reavivamento será um fracasso em termos de correção da verdade e a reforma poderá ser um fracasso porque a verdade poderá ser apresentada com aridez doutrinária. Portanto, há que se ter em mente as duas coisas para o bom andamento da igreja de Deus no final deste segundo milênio.

Estudemos a necessidade tanto da reforma quanto do reavivamento para o crescimento de nossas igrejas:

I. A Necessidade de Reforma para o crescimento da Igreja

Aqueles de nós que valorizam os acontecimentos espirituais extraordinários ocorridos durante a Reforma no séc. XVI, anseiam tê-los repetidos na igreja do tempo presente. Juntamo-nos a J. I. Packer que disse:

A palavra Reforma é mágica para o meu coração, assim como estou certo que é para o de vocês. Quando vocês falam em Reforma, imediatamente pensam naquele heróico tempo do séc. XVI, quando muitos eventos momentâneos aconteceram e que ainda brilham ardentemente em nossa imaginação.(2)

A Reforma foi um movimento histórico do séc. XVI, mas ela precisa acontecer de novo, sempre que necessária, na vida da igreja. Precisamos desesperadamente dela outra vez em nossas igrejas, porque estamos em tempo de confusão doutrinária, tempos de vacilação teológica, tempos de incerteza cúltica. Alguns ministros, porém, nem sequer sonham com uma reforma novamente. Provavelmente, eles acreditam possuir razões teológicas para essa posição.

Para tristeza nossa, o nome “Reforma” levanta suspeitas na mente de alguns ministros que querem o crescimento de igreja a qualquer custo, porque o nome “Reforma” relembra um estudo sério da Palavra, compromisso inequívoco com o reino de Deus, rompimento com o erro e com a falsa adoração. A idéia de reforma não é bem-vinda porque vai exigir dos ministros um estudo sério das suas posições, uma reavaliação da sua conduta litúrgica e teológica. Foi isto que a Reforma Protestante exigiu dos ministros de Deus no séc. XVI. E nós estamos longe daquilo que foi proposto no passado. Não obstante a opinião deles, temos que dar uma grande ênfase à necessidade de verdadeira reforma na vida da igreja contemporânea. Muitas coisas da Reforma histórica já foram esquecidas e deixadas de lado. Temos que resgatar a nossa herança Reformada e trazer de volta as belas coisas perdidas.

Definição de Reforma

Reforma é a descoberta da verdade bíblica que conduz à purificação da teologia. Ela envolve a redescoberta da Bíblia como o juiz e o guia de todo pensamento e ação; ela corrige os erros de interpretação; ela dá precisão, coerência e coragem para a confissão doutrinária; ela dá forma e energia à adoração corporativa do Deus triúno.(3)

É disto exatamente que precisamos para que a verdade de Deus seja honrada e o povo de Deus devidamente instruído. Quando Lutero foi confrontado com a verdade de Deus, ele nunca mais a abandonou. Mesmo quando ameaçado pelas autoridades religiosas do seu tempo, apegado ao paradigma da verdade de Deus, Lutero dizia:

A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.(4)

O norte de uma reforma dentro da igreja de Deus está, inquestionavelmente, relacionado à volta aos princípios sadios de fé e prática, propostos pela Santa Escritura. A fé tem que ser fundamentada numa consciência cativa à Palavra, para que a verdadeira reforma aconteça em nosso meio.

Ao invés de analisarmos o evento da Reforma do século XVI, que alguns tomam como sendo simplesmente um evento humano, analisaremos uma reforma descrita na história inspirada da redenção, que teve exatamente as mesmas características da Reforma do séc. XVI, porque ambas foram causadas pelo mesmo Deus, o Espírito.

O exemplo bem claro do que acabamos de dizer está registrado na Escritura em eventos ocorridos no tempo do rei Josias (2 Rs 22), que passo a analisar:

A. A redescoberta da verdade de Deus conduz à Reforma da teologia

Há períodos na vida da igreja em que a verdade de Deus fica escondida, ocasionando aridez, sequidão e distância de Deus. Um exemplo bem típico disto está na história da igreja do VT, nos tempos do rei Josias. Naqueles dias, os homens andavam às apalpadelas, sem o conhecimento da lei do Senhor, que lhes estava encoberta.

Ela estava escondida porque os homens ignoravam a verdade da Escritura. As pessoas comuns do povo nem sabiam da existência do Livro da Lei. E essa ausência da Palavra causa a distância de Deus.

Ela estava escondida por falta de interesse na Palavra. O povo ignorava a Lei de Deus porque a liderança não estava interessada nela. Se estivesse, ela procuraria uma cópia da Lei para dar ao povo, mas não havia qualquer interesse, da parte da classe dominante, em que as coisas fossem mudadas. A Lei de Deus, porém, quando levada em conta seriamente, causa mudanças nos paradigmas de um povo. Imaginem como os sacerdotes da época poderiam conduzir o povo de Israel sem o código de fé e prática. A que ponto pode chegar um povo sem a bússola que lhes aponta o norte! Por essa razão havia uma enorme impiedade no meio do povo.

1. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser redescoberta

Mas o Livro da Lei foi descoberto “casualmente” pelo sacerdote Hilquias. Esta foi a missão do sacerdote Hilquias: Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o Livro da Lei na casa do Senhor. Hilquias entregou o livro a Safã, e este o leu (2 Rs 22.8).

O Livro da Lei estava perdido dentro do próprio templo. Isso me faz lembrar da velha senhora que não lia a Bíblia porque havia perdido os óculos, quando estes haviam sido deixados dentro da própria Bíblia. Muitos ignoram a Escritura, quando ela está bem próxima deles, à disposição deles nos lugares onde vivem e adoram.

Os chamados “crentes”, se é que são de Deus, têm que redescobrir o valor da Palavra de Deus. Para haver uma reforma genuína, é condição indispensável que haja uma redescoberta do valor da Santa Escritura.

2. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser devidamente interpretada

Esta foi a missão da profetiza Hulda: Ide, consultai o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem segundo tudo quanto de nós está escrito (2 Rs 22.13).

Percebam que o rei Josias queria saber o significado correto daquilo que o Senhor havia escrito no Livro da Lei. Por essa razão, os homens do rei foram enviados para a profetiza, para que ela lhes dissesse o significadodas palavras do Livro da Lei. A palavra da profetiza ali era considerada cheia de autoridade, e ela sabia o sentido que o Senhor queria dar às palavras. Não é importante somente ler a Escritura, mas também entender o seu significado.

A situação da igreja hoje não é muito diferente da situação dos tempos do rei Josias. É verdade que a Bíblia não está escondida literalmente do mesmo modo como ficou no tempo de Josias, mas o seu real sentido e sua real mensagem estão escondidos de muitos crentes hoje. As pessoas têm a Bíblia à sua disposição, mas não conhecem o conteúdo real, nem possuem a hermenêutica correta para a sua devida interpretação. A reforma de uma igreja implica na redescoberta da Palavra de Deus. A conditio sine qua non para que a igreja cresça é o conhecimento correto da verdade de Deus. Os crentes, em geral, precisam redescobrir a verdade de Deus. Este é um desafio que todos nós precisamos aceitar.

Todos hoje usam a Escritura para defender os seus pressupostos. O grande problema, contudo, não é a citação da Escritura, mas o modo como a abordamos. A tarefa hermenêutica da igreja é algo supremamente determinante para o correto entendimento da verdade de Deus.

3. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser urgentemente proclamada

Esta era também a tarefa da Profetisa Hulda:

Ela (Hulda) lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei males sobre este lugar, e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará (2 Rs 22.15-17).

A distância da Palavra de Deus faz com que um povo se afaste de Deus. Não é possível ter uma ética sadia sem que se conheça a Palavra do Senhor que dita as normas de comportamento. Por essa ausência da Palavra o povo estava prestes a receber o castigo de Deus. A mensageira de Deus não teve nenhum constrangimento em trazer a verdade da Palavra aos seus contemporâneos. Era uma mensagem dura, mas eles precisavam ouvir o que Deus lhes tinha a dizer. A reforma proposta pela Palavra de Deus tem que ser urgentemente proclamada por aqueles a quem Deus chama para serem ministros da sua Palavra.

A missão de trazer de volta a Palavra de Deus ao povo está na responsabilidade dos verdadeiros ministros da Palavra, aqueles que lidam hoje com o ensino e com a pregação, que são os profetas de Deus. Se os ministros negligenciarem o ensino e a pregação fiel daquilo que o Senhor diz, jamais a igreja será Reformada.

4. Para que haja verdadeira Reforma tem que haver arrependimento de pecados

Esta foi a tarefa de Josias:

Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor (2 Rs 22.19).

Josias foi o primeiro a arrepender-se de seu pecado de ignorância da verdade de Deus. O verso 19 foi dito ao rei Josias, e o que aconteceu a ele, veio a acontecer ao seu povo. Foi um arrependimento produto da obra do Espírito de Deus no rei e no seus súditos.

Essas coisas não devem ser diferentes hoje. A igreja de Deus tem que voltar-se para ele, tem que chorar os seu pecado de ignorância da Santa Escritura. Somente quando houver verdadeiro arrependimento é que a Reforma terá sido eficazmente processada.

Não há crescimento quantitativo nem qualitativo da igreja sem que haja a redescoberta da verdade de Deus, sem que haja a interpretação correta da Palavra de Deus, sem que haja a proclamação fiel dela e o conseqüente genuíno arrependimento de pecados, como produto das três primeiras proposições.

O crescimento genuíno da igreja está vinculado a estas reformas que a Palavra de Deus traz. É tolice pensar em crescimento da igreja sem que a base ou o fundamento estabelecido pelos apóstolos e profetas seja devidamente redescobertointerpretadoproclamado e crido. Sem estas coisas há o inchaço, não o genuíno crescimento da igreja.

O segundo grande acontecimento da vida do povo de Deus adveio da reforma da teologia:

B. A Reforma da Teologia conduz à Reforma da verdadeira adoração

Uma teologia sadia leva à prática sadia. Nos tempos de Josias o culto estava deturpado por causa de uma teologia destituída da verdade da Palavra de Deus. Este é o resultado natural mesmo nos dias de hoje. Quando se abandona o ensino da Escritura, quebram-se os padrões de comportamento de um povo, inclusive os elementos constituintes da verdadeira adoração.

Depois da descoberta, da interpretação correta e da proclamação da Palavra de Deus, e o conseqüente arrependimento da liderança do povo, houve algumas alterações muito preciosas no culto que o povo passou a prestar a Deus:

A primeira atitude tomada pelo rei Josias foi convocar todo o povo para que subisse à casa de Deus, para ouvir a leitura do livro da Palavra de Deus que fora encontrado por Hilquias (2 Rs 23.2). Após ouvirem a leitura, o rei e todo povo se dispuseram a seguir a Palavra do Senhor de todo o coração e de toda a alma. A beleza dessa atitude, é que o povo se dispôs a obedecer a todas as palavras, e não somente aos textos que combinavam com o que eles pensavam (2 Rs 23.4).

O resultado principal dessa disposição de obediência, após ouvirem a leitura e a interpretação correta da Palavra, foi a reforma do culto. O culto é essencial para a vida da igreja. Não pensem os caros leitores que o culto é de somenos importância. É no culto que ensinamos e aprendemos. Nos hinos e nos coros é que somos mais indelevelmente marcados doutrinariamente. Portanto, o culto tem uma importância fundamental para a nossa fé. Nesse caso, podemos afirmar categoricamente que, em razão de muitas coisas que estamos percebendo nas reuniões de nossas igrejas, a reforma do culto é extremamente necessária para a vida sadia da igreja cristã.

Para que haja a restauração da verdadeira adoração à luz da verdade bíblica, algumas providências têm que ser tomadas:

1. A eliminação do que é errado do culto

Estas atitudes do rei foram muito duras, mas extremamente necessárias. Provera a Deus que as autoridades eclesiásticas tivessem a mesma santa energia para tomar as providências necessárias para sanar os males existentes na presente adoração cristã, para o benefício do povo de Deus, e para a honra dele.

  • 1a. A eliminação dos sacerdotes que ministravam no culto pagão (2 Rs 23.5)
  • Está evidente do texto sagrado que a atitude extrema do rei Josias com relação aos sacerdotes idólatras, isto é, a sua eliminação do meio do povo de Deus (2 Rs 23.20), não está em consonância com o espírito do tempo presente, mas ao menos podemos dizer que temos que reagir fortemente aos homens que tentam implantar algo que não combina com o que Deus prescreve na Sua Palavra com respeito ao culto. Não se pode ficar passivo quando está em jogo o verdadeiro culto a Deus.

    O que Josias fez com relação aos sacerdotes que não cultuavam verdadeiramente a Deus é algo que as autoridades eclesiásticas deveriam fazer. Os ministros infiéis no serviço do culto deveriam ser destituídos de sua função por não obedecerem os padrões gerais devidamente estabelecidos pela Escritura. Há muitos ministros que fazem o que bem entendem e ninguém lhes põe a mão. Andam à vontade, gesticulam como lhes agrada e agem como agrada ao povo. A falta não é somente dos que erroneamente inovam no serviço divino, mas também daqueles que fazem vista grossa ou que não possuem a devida coerência e noção de disciplina cristãs para destituírem esses ministros de suas funções.

  • 1b. A eliminação dos objetos e utensílios usados no culto pagão (2 Rs 23.4,6,7)
  • Tudo o que é estranho ao culto do Senhor deve ser eliminado dos lugares de verdadeira adoração. Deus deveria ser adorado com os instrumentos prescritos por Ele próprio. Era assim a regra para os cultos prescritos na Escritura do VT. Todos os objetos que eram estranhos ao culto divino, por pertencerem aos cultos de deuses estranhos, deviam ser terminantemente abolidos do templo e das atividades cúlticas.

    Hoje, nos tempos da adoração cristã, devemos ter o mesmo cuidado e o mesmo zelo. Não existe a idolatria nos mesmos moldes daquela época, mas há coisas que se evidenciam bastante estranhas ao culto de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo. Não me refiro simplesmente a objetos como os mencionados no texto analisado, embora os leitores já tenham ouvido de lenços ou copos de água serem ungidos, ou ainda óleo trazido de Israel servindo de amuleto para a cura de muita gente, ou ainda vinho de Israel, e coisas que tais. Com relação ao culto, então, há a introdução de elementos estranhos que são uma imitação clara daquilo que é usado para as mais loucas manifestações musicais de que se tem notícia em todas as épocas, músicas essas que servem não só para o entretenimento, mas também para manifestações cúlticas ligadas ao maligno. Certamente há algumas coisas que precisam ser revistas em nossa adoração hoje. O problema não é de simples inovação, mas também é de desprezo ao que é antigo, um desprezo à história, ao que nossos ancestrais na fé nos legaram, que podem perfeitamente ser preservados. Da mesma forma que no tempo de Josias os sacerdotes se esqueceram das prescrições antigas, assim os de hoje se esquecem, também.

  • 1c. A eliminação dos altares que eram usados para o culto pagão (2Rs 23.8-15)
  • Josias também aboliu as cerimônias pagãs que campeavam em todo o seu reino. Num tempo assim, as reformas tinham que ser drásticas. Não havia meio de se suportar elementos dos cultos pagãos misturados com o santo culto divino.

    As reformas propostas por Josias foram radicais e, conseqüentemente, benéficas para todo o povo. Antes de reimplantar o que era santo, Josias teve que eliminar o que era impuro. Esta era uma atitude óbvia. Não há modo de se implantar o certo sem retirar o errado.

    É assim que a igreja de Cristo tem que proceder. Não podemos mais tolerar aqueles que querem permanecer no nosso meio alterando aquilo que é certo pelo errado, e ainda colocando-nos na posição de errados, como se estivéssemos na qualidade de “coisas antigas”, coisas ultrapassadas. Antigüidade não é sinônimo de obsolescência. Se assim fosse, o que haveríamos de fazer com o evangelho? Se o problema é a importação de cultura estrangeira a americanização ou a europeização em nosso culto, temos de abandonar a cultura judaico-cristã, que tanto influenciou a nossa maneira de pensar e de cultuar a Deus. O que é estranho ao culto cristão tem que ser tirado, não as influências benéficas que recebemos de outros povos que nos trouxeram o santo evangelho.

    2. A restauração do que é certo no culto divino

    Na reforma do culto, não houve a necessidade de inovação, mas da restauração daquilo que era antigo e verdadeiro. Essas coisas precisavam ser trazidas de volta. Eles haviam se esquecido das santas prescrições, das ordenanças antigas da Palavra de Deus. Josias ordenou a volta da celebração cerimoniosa da Páscoa, o ritual que lhes lembrava a redenção! (2 Rs 23.21-22) Aquele momento de culto foi o mais significativo de todas as celebrações desde os dias dos juizes de Israel. Eles celebraram a páscoa do Senhor conforme estava prescrito no livro do Pacto, que provavelmente era o Pentateuco. As celebrações cúlticas devem sempre ser de acordo com as regras de Deus: há preceitos gerais estabelecidos, há regras a serem obedecidas. E elas são bem antigas. Tudo deveria ser feito com ordem e decência, para que o Senhor fosse honrado pela maneira dos homens Lhe cultuarem. Será que hoje tem que ser diferente?

    Uma reforma, contudo, tem que ser acompanhada de um verdadeiro espírito de amor a Deus e de serviço cristão. A Reforma do séc. XVI não foi uma mera purificação teológica ou litúrgica, mas ela foi acompanhada e seguida de um doce espírito de amor a Jesus Cristo, o Salvador, e um grande amor pelos pecadores ignorantes. Milhares de milhares foram trazidos a Cristo naquela época. O Santo Espírito varreu aquelas regiões onde a Reforma chegou. Sem dúvida, foi um tempo de grande reavivamento espiritual.

    Um período de reavivamento costumeiramente é precedido de um período de reforma. Um reavivamento sem reforma pode trazer distúrbios teológicos muito grandes, assim como uma reforma sem reavivamento pode ser comparado ao que aconteceu à igreja de Éfeso, que possuía solidez doutrinária, mas sem o primeiro amor (Ap 2.2-4).

    A Escritura inspirada tem exemplos dessa natureza. Um deles é o acontecido nos tempos do rei Asa. A reforma que veio ao povo de Israel nos tempos do rei Asa durou algum tempo antes do reavivamento começar. Primeiro Asa fez as reformas religiosas instando o povo a buscar a Palavra do Senhor (2 Cr 14.4), fazendo também a reforma do culto (como no tempo de Josias), que constou da derrubada dos altares (2 Cr 14.3, 5). Após essa reforma que trouxe prosperidade ao povo (2 Cr 14.6-7) e vitória sobre as outras nações inimigas (2 Cr 14.9-15), começou o despertamento espiritual do povo, a começar do rei.

    Este orou humildemente ao Senhor confessando a impotência deles e o poder ilimitado de Deus (2 Cr 14.11). A reforma pode começar com o apego à Lei de Deus, que leva aos atos de retidão, mas o reavivamento começa no coração das pessoas com o senso de sua própria impotência e o conseqüente reconhecimento do poder de Deus. Por isso é dito que Asa “clamou ao Senhor”. Estas não são palavras jogadas ao vento. Elas expressam o grito inquieto de um coração anelante de Deus e reconhecimento que de Deus vêm todas as coisas, e que a Ele deve ser dada a glória de todas as coisas. O reavivamento do tempo de Asa também foi vinculado à Palavra de Deus que veio ao povo. Isto aconteceu através do profeta Azarias (2 Cr 15.1). Após a palavra profética de Deus, houve grande alegria no meio do povo, porque eles aprenderam que Deus manda reavivamento não somente quando o povo está abatido, mas também quando o povo está cheio de vitórias e de coragem (2 Cr 15.1-19).

    II. A Necessidade de Reavivamento para o Crescimento da Igreja

    A palavra “Reavivamento” soa mais docemente aos ouvidos dos crentes hoje por causa dos santos anelos de vigor espiritual que muitos crentes realmente possuem, mas infelizmente, esse termo tem sido usado impropriamente por alguns advogados aficionados ao movimento do crescimento da igreja. Precisamos desesperadamente de um reavivamento genuíno, e é por isto que verdadeiramente oramos. Sem ele, a igreja do tempo presente, sob muitas pressões teológicas e litúrgicas estranhas de todos os lados, está destinada ao amargamento ou ao conservadorismo árido, do qual todos nós queremos ficar longe.

    Definição de Reavivamento

    Uma definição de reavivamento pode ter várias conotações, dependendo do ângulo abordado. Uma reavivamento tem tantas facetas maravilhosas, que poucos podem defini-lo exaustivamente.

    O historiador da igreja James Buchanan disse que “reavivamento é a comunicação da vida àqueles que estão mortos, e a comunicação da saúde àqueles que estão moribundos.”(5) Esta é uma idéia absolutamente correta, mas reavivamento vai muito mais além disso.

    Alguns têm confundido reavivamento com campanhas evangelísticas ou com conferências missionárias. Essas coisas são organizadas pelos homens e Deus pode abençoá-las ou não. Um reavivamento também não é um movimento onde muitas pessoas se encontram para um entretenimento religioso, para que multidões fiquem delirantes com as músicas cantadas e loucamente executadas pela parafernália instrumental muito comum hodiernamente, levantando as mãos como sinônimo de adoração verdadeira. Estas coisas atingem somente um grupo de interessados e amantes das coisas que são apresentadas. Diferentemente de tudo isso, reavivamento é algo provocado pelo Santo Espírito, não o produto daquilo que os homens fazem. Reavivamento é uma onda do Espírito que varre sem que alguém tenha domínio sobre o que Ele faz.

    O sentido estrito de Reavivamento

    Estritamente falando, reavivamento é algo que acontece unicamente no meio da igreja, pois a própria palavra trata de tornar vivo aquilo que já vivera antes. Reavivamento é uma palavra da igreja; ela tem a ver com o povo de Deus. Você não pode reavivar o mundo; ele está morto em delitos e pecados; você não pode reavivar um cadáver. Mas você pode revitalizar onde há vida…(6)

    Neste sentido, a igreja amortecida e tristemente doente é a beneficiária direta do reavivamento.

    O sentido lato de Reavivamento

    Contudo, falando de um modo mais lato, o reavivamento é o movimento de Deus no meio do Seu povo, mas que tem um impacto extremamente positivo na comunidade onde o povo de Deus vive. As pessoas em geral, nunca dantes interessadas em coisas espirituais, voltam-se para Deus num ato-resposta de fé à Sua maravilhosa atuação.

    Reavivamento é a restauração graciosa daquele primeiro amor, do entusiasmo do crente pela expansão do reino, do desejo de viver santamente por amor a Deus, coisas essas que têm sido perdidas na igreja de Deus no correr dos anos, e também consiste no doar divino de uma disposição espiritual intensa e extensa àqueles que nunca tiveram qualquer interesse nas coisas de Deus. Em outras palavras, o reavivamento começa na igreja e termina na comunidade maior onde ela vive. Os efeitos do reavivamento são muito mais perceptíveis nas mudanças morais que acontecem na região ou num país onde ele acontece. Ele não se limita simplesmente aos membros das igrejas atingidas pela obra de Deus. Ele causa impacto em toda a comunidade onde a igreja de Deus está inserida.

    Caraterísticas de um Verdadeiro Reavivamento

    1. Ênfase na Palavra de Deus

    Um reavivamento que é produto da obra do Espírito Santo na igreja, certamente tem sua ênfase naquilo que têm sido esquecido por muito tempo: a Palavra de Deus. A autoridade da Palavra de Deus passa ser algo extremamente forte num movimento genuíno de reavivamento. A Bíblia passa novamente a ser honrada como a única Palavra inspirada de Deus.

    A reforma religiosa e o despertamento espiritual estão intimamente ligados à busca que o povo tem da Palavra do Senhor. O rei Asa “ordenou a Judá que buscasse o Senhor Deus de seus pais, e que se observasse a lei e o mandamento” (2 Cr 14.4). Um reavivamento sem a palavra fica sem norte, sem um rumo a seguir. Por isso, os grandes homens de Deus em tempos de reavivamento, sempre conduziram o povo dentro das prescrições das Santas Escrituras.

    2. Experiência aplicada da Palavra de Deus

    Os ensinos da Bíblia não são verdades que atingem meramente o intelecto, mas elas descem ao coração, fazendo com que elas se evidenciem em matéria prática de vida. Nas palavras de Nettles, “reavivamento é a aplicação da verdade da Reforma à experiência humana.”(7) Via de regra, um reavivamento genuíno vem com internalização das doutrinas apreendidas pela Reforma. Uma igreja e uma comunidade atingidas pelo Espírito de Deus possuem verdade descoberta na Reforma experiencialmente crida e vivida pelos seus membros.

    O reavivamento é a descida ao coração humano da verdade de Deus que está clara na Escritura, por obra do Santo Espírito. É a teoria tornada experiência. A maioria dos grandes despertamentos espirituais mencionados na Escritura é uma preciosa combinação de verdadeira reforma e reavivamento.

    3. Desejo pelas realidades eternas prometidas na Palavra de Deus

    As pessoas atingidas pela obra do Espírito passam a viver santamente, tendo seriedade com as verdades das Escrituras como um todo e levam a serio o destino eterno delas. Um senso de profundo arrependimento pelos pecados e anelos de santidade enchem o coração dos atingidos pelo reavivamento. Isso diz respeito à vida dos crentes que até então estavam amortecidos.

    Com respeito à comunidade maior, aos alienados da igreja, surge uma preocupação pelas coisas espirituais nunca outrora vista. O espírito de seriedade para com o destino eterno dessas pessoas é produto direto de uma ação de Deus nelas. Então, elas passam a buscar a verdade e a ter um real desejo da salvação em Cristo. O evangelho lhes é pregado, e muitos são trazidos a Cristo Jesus.

    4. As pessoas são impactadas por uma obra repentina de Deus

    O VT está cheio de exemplos da atuação especial de Deus na vida do povo. O texto de 2 Cr 29.36, dá-nos uma descrição típica de um reavivamento, porque nos diz que Deus fez algo subitamente no meio do povo. Um reavivamento não é provocado por nada neste mundo e, freqüentemente, nem é esperado. Ele vem de repente, numa manifestação graciosa do Todo-Poderoso. Ele simplesmente acontece! A igreja não pode criar reavivamento. Ele é obra exclusiva de Deus, o Senhor.

    Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja e da comunidade maior, os resultados imediatos do reavivamento na vida da igreja e da comunidade são sentidos: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervente e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida; aumento perceptível no desejo de pregação do evangelho.

    A Necessidade de Reforma e Reavivamento juntos

    Não há meio de se separar reforma de reavivamento. São irmãos gêmeos nas grandes obras de Deus. Esta talvez seja a ênfase que mais nos interessa neste momento, porque as muitas coisas que estão acontecendo no meio da igreja brasileira necessitam de uma definição como esta, que lhes faça plena justiça.

    Quando falamos de crescimento de igreja temos que olhá-lo como uma moeda com dois lados. De um lado é a Reforma; do outro e o Reavivamento. A primeira traz a solidez e a pureza doutrinárias, elementos essenciais para que a igreja cresça qualitativamente; a segunda traz a verdade doutrinária extrema viva e ardente em nossos corações, impulsionando o povo de Deus a uma vida limpa e de testemunho sincero e voluntário da experiência vivida com Deus e a pujante proclamação da verdade da Escritura, elementos absolutamente vitais para o crescimento da igreja. Isto faz com que a igreja também cresça quantitativamente. Perceba que os dois elementos, reforma e reavivamento, são entrelaçados e inseparáveis, porque são causados pelo mesmo Deus. Não há volta à verdade sem Deus e muito menos amor à verdade sem Ele. O curioso é que esses dois elementos estavam presentes em todas os grandes movimentos da história do povo de Deus no VT, no NT , na Reforma Protestante do século XVI, no período dos Puritanos, do Pietismo e do Metodismo, além dos reavivamentos posteriores na Grã- Bretanha e nos Estados Unidos.

    Reforma e Reavivamento dizem respeito à volta às antigas e sãs doutrinas e zelo ardente e cheio de amor por elas e pelo povo de Deus. Não é disso que precisamos novamente? Ainda pairam dúvidas na mente dos leitores sobre a necessidade dessa “dobradinha” de Deus, reforma e reavivamento, para que haja o crescimento genuíno da igreja no Brasil? Por que, então, continuar na ênfase de movimentos que não trazem crescimento qualitativo? Isso não é justo para com o povo de Deus e, muito menos, com o Deus desse povo, de Quem tanto precisamos!

    Conclusão

    A tônica tanto de reforma como de reavivamento é vinculada à Palavra de Deus. A Palavra de Deus é referencial tanto para uma coisa quanto para outra. A Escritura é a norma de conduta para toda a igreja, e quando o Espírito a usa como a espada, ela causa tanto a purificação da doutrina na reforma como a descida dessas verdades à experiência cristã no reavivamento.

    Portanto, embora reforma e reavivamento sejam absolutamente necessários para a vida do povo de Deus, logicamente aquela precede este. Cada um desses movimentos de per se não basta. É necessário que um venha acompanhada do outro. Esse foi o caso de Asa, mas sempre deverá ser a regra em todos os casos para que haja equilíbrio, sensatez, e a verdade seja manifesta de uma forma experiencial.

    Numa reforma sem reavivamento pode haver uma exatidão dos conceitos, mas certamente haverá aridez no pensamento; num reavivamento sem reforma, poderá haver o desequilíbrio emocional e o perigo da distorção da verdade. Na verdade, estas coisas vêm juntas, inseparáveis, como dois dons gêmeos de Deus para o enriquecimento do Seu povo. O poder de Deus num reavivamento tem que ser experimentado à luz das próprias diretrizes doutrinárias que têm origem numa reforma teológica e litúrgica sadias baseadas na Santa Escritura.

    Essas duas coisas absolutamente necessárias para a vida sadia da igreja são causadas pelo Espírito Santo mediante o uso de Sua Palavra. Perceba que é difícil estabelecer uma linha divisória absoluta entre reavivamento e reforma. Por isso ambos devem andar juntos e inseparáveis.

    O que você pode fazer para que essa dobradinha de Deus venha em sua igreja? Comece a estudar a Escritura muito seriamente. Leve em conta tudo o que Deus diz em Sua Palavra. De resto, continue em compasso de esperança, mas fazendo o que fez Habacuque, dizendo incansavelmente: Aviva Senhor a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia(Hc 3.2).

    Eu deveria começar um movimento para mudar minha igreja?

    Em uma conferência recente, nós três que estávamos no painel (todos pastores) nos deparamos com uma questão: “Sendo leigo, eu deveria começar um movimento para mudar minha igreja?”. Todos nós respondemos basicamente “não”. Depois da conferência, recebi um longo e acalorado e-mail de alguém que estava muito desapontado com a minha resposta. Ele achou que eu era culpado de clericalismo e que não dava espaço para os leigos saberem alguma coisa, fazerem alguma coisa ou até mesmo questionarem o pastor. Isso, certamente, não foi o que eu disse e nem mesmo, até onde eu saiba, o que a maioria das pessoas pensaram que eu estava querendo dizer. Mas as preocupações dele me deixaram pensando. A questão inicial sobre formar um movimento de base para mudar a igreja local já ocupou minha mente de uma forma ou de outra muitas vezes nos últimos cinco anos. Então, talvez seja útil expor minha resposta de forma mais detalhada.

    A situação

    Aqui está o tipo de situação que presenciei várias vezes. Foi isso que assumi estar por trás da questão nessa conferência recente.

    Você está numa igreja que não compartilha da mesma teologia que você ou parece estar caminhando na direção errada. Naturalmente, você está preocupado e deseja fazer algo em relação a isso. Você está triste por ver sua igreja mudar para pior ou triste por ver sua igreja ser menos do que ela deveria ser. Você pensa sobre o que pode fazer para ajudar a colocar as coisas no lugar.

    Essa situação geralmente surge por uma das seguintes razões. Recentemente, você chegou por si próprio a um melhor entendimento teológico e agora vê as deficiências de seu pastor e da sua igreja, algo que não enxergava antes, ou então recentemente sua igreja trouxe um pastor novo e ele está conduzindo as coisas por um rumo teológico diferente. Há, obviamente, variações desses cenários. Talvez você tenha sido levado para uma igreja fraca como oficial ou em algum cargo. Talvez seu pastor tenha se desviado teologicamente nos últimos anos. Talvez sua igreja simplesmente permitiu algo com o qual você discorda (ou proibiu algo com o qual você concorda). Existem muitas permutações do problema, mas o contorno básico continua o mesmo: você mudou ou sua igreja mudou, e o resultado é que, em ambos os casos, vocês não estão de acordo como costumavam estar.

    Então, o que você deve fazer?

    Sete sugestões

    1. Ore por um coração humilde. Tenha certeza de que você não está sendo muito severo. Verifique se você não está com a síndrome de trave-no-próprio-olho. Tenha certeza de que você está concedendo ao seu pastor e à sua igreja o benefício da dúvida. Peça ao Senhor um coração e uma mente abertos.
    2. Considere a sua posição. A maneira como você pensa sobre trabalhar por mudanças em sua igreja, e como você pensa sobre se você deve realmente trabalhar por uma mudança ou não, tem tudo a ver com a sua posição na igreja. Você esteve na igreja por décadas ou você tornou-se membro há dois meses? Você demonstrou ser um servo fiel ao corpo? Você é um dos líderes formais da igreja? Um líder informal? Um membro do staff? Um dos pastores ou dos oficiais? Quanto mais autoridade designada você tiver – seja em virtude do ofício, em virtude de maturidade ou em virtude dos anos de serviço – mais você deve trabalhar por mudança. Quanto menos você tiver, menos você deve tentar.
    3. Tente discernir a importância relativa das suas preocupações. Você está desapontado por preferências pessoais ou por coisas mais sérias? Suas preocupações são sobre o caráter do seu pastor ou personalidade? São preocupações teológicas sérias ou triviais? E se elas forem sérias, estão abertas a discussão em sua igreja? Se você se tornou reformado no meio de uma igreja arminiana, você não terá sucesso tentando fazer com que a congregação siga a Confissão de Westminster. Da mesma forma, as pessoas de uma igreja confessional (Reformada, Presbiteriana, Luterana, etc) não devem ficar surpresas se seus pastores pregarem mensagens expressamente baseadas na tradição histórica.
    4. Não espalhe suas preocupações. Tome cuidado para não expandir o círculo de desapontados. Você pode falar com algumas poucas pessoas para se aconselhar. Você pode até conhecer muitas outras pessoas que pensam igual a você na congregação. Mas o seu objetivo não deve ser criar uma igreja dentro de outra igreja.
    5. Considere encorajar seu pastor com reforços positivos. Encontre o que você pode elogiar e elogie. Se seu pastor precisa de maior precisão e desenvolvimento teológicos você pode dar-lhe bons livros para ler – não livros geralmente polêmicos, mas bons devocionais e obras teológicas que irão lhe dar um pouco do gosto por uma doutrina sã. Talvez você possa dar um empurrãozinho no seu pastor em direção a uma boa conferência ou até você mesmo levá-lo para uma. Se ele é jovem ou está apenas se desviando um pouco, seu pastor pode estar aberto a um gentil fortalecimento e  redirecionamento.
    6. Considere, em oração, a possibilidade de uma confrontação direta. O pastor não está isento de correção. Ele pode se confundir. Ele pode cometer erros. Ele pode sair do caminho. Ele pode tornar-se orgulhoso. Se, após reflexão em oração, você concluir que suas preocupações são sérias e a trajetória que ele está tomando só piora, separe um tempo para conversar diretamente com seu pastor e com os presbíteros. Eu nunca fiquei ressentido com alguém por vir até mim de maneira amorosa e humilde com preocupações bem pensadas. Algumas vezes, eu concordei com elas. Outras vezes, eu discordei. Mas eu fico muito grato quando eles vêm diretamente a mim ou a um dos presbíteros.
    7. Considere quando é tempo de sair. Se suas novas convicções teológicas não condizem com toda a história e identidade de sua igreja, o melhor é não planejar mudanças clandestinas. Se um novo pastor chegou e está conduzindo as coisas em uma direção um pouco diferente – com o pleno conhecimento e benção dos presbíteros da igreja e com o entusiasmo da maioria da congregação – o melhor é não começar um movimento de reforma de base. Se você tentou a comunicação direta com o pastor ou com os líderes e eles te disseram, efetivamente, “Obrigado, mas vemos as coisas de uma maneira diferente”, o melhor é não lutar com unhas e dentes. Se Davi, sendo o ungido do Senhor, não colocou as mãos em Saul, nós devemos ser muito cautelosos para não começarmos uma guerrilha para derrubar nossos pastores e presbíteros devidamente nomeados.

    Em ocasiões raras, quando as diferenças teológicas equivalem a heresias (ou estão claramente ultrapassando os limites dos seus documentos confessionais), ou quando suas preocupações pessoais estão relacionadas a comportamentos escandalosos, você pode procurar pela disciplina eclesiástica e pode arquivar sua acusação, mas apenas se estiver seguindo os passos de Mateus 18. Na maioria dos casos quando os membros estão preocupados com a direção que a igreja está tomando, as questões são importantes mas não tão ofensivas para merecerem um processo formal de disciplina. Nessas ocasiões, depois de passar pelos passos 1-6 (e fazer isso com paciência, e não com um ataque de raiva), o preocupado membro da igreja pode submeter-se pacificamente ou sair da congregação com tranquilidade.

    Resumindo…

    Por favor, preste atenção no que estou dizendo e no que não estou dizendo. Não estou dizendo que você não deve conversar com seu pastor ou não deve trabalhar por mudança. Não estou dizendo que sua congregação local é o feudo pessoal do seu pastor. Não estou dizendo que pastores não podem aprender muito com os leigos da congregação. O que estou dizendo é que, na prática, você não deveria gastar toda a sua vida tentando fazer aquilo em que você tem pouca chance de obter sucesso; teologicamente, você deve obedecer e respeitar seus líderes, e, espiritualmente, você não deve ser faccioso.

    E para que isso não soe como se eu estivesse tentando proteger meu território como pastor, quero deixar claro que não estou escrevendo sobre essa questão porque é algo que vivemos na minha congregação. Eu estou pensando nas boas pessoas em outras igrejas que compartilham amplamente da minha teologia e que têm um desejo muito bom de influenciar sua igreja local. Esse é o contexto que imaginei ser tratado na pergunta da conferência. Eu gostaria de parabenizar meus irmãos e irmãs pelo discernimento deles e encorajá-los a prezar por profundidade e integridade teológicas. Mas também deveríamos lembrar que buscar as coisas que são feitas por “unidade, pureza e paz” (como nossa profissão de fé coloca) algumas vezes envolvem ser pacífico o suficiente para encontrar unidade com outro membro do corpo que tem a pureza que você está procurando.

    Traduzido por Fernanda Vilela | iPródigo.com | Original aqui

    Deus e o Livre-arbítrio.

    livre arbítrioNão devemos nos deixar influenciar preconceituosamente pela ideia NÃO bíblica, mas popular, de que Deus nunca predestina as nossas decisões livres.
    Como seria possível que tamanho envolvimento divino na nossa vida não acabasse por influenciar profundamente as nossas decisões? Deus nos fez, por dentro e por fora. Para nos fazer como somos, Ele precisou controlar a nossa hereditariedade. Assim sendo, ele nos deu os pais que temos, e os seus pais e os pais deles. E para nos dar nossos pais, Deus precisou controlar muitas de suas decisões livres (como a decisão ‘livre’ dos pais de Jeremias em se casarem) e os seus pais e avós, etc.
    Além disso, vimos que Deus nos colocou no nosso ambiente, em situações que requerem de nós certas decisões. Ele decide quanto tempo iremos viver e faz acontecer nossos sucessos e fracassos, mesmo que esses acontecimentos dependam habitualmente de nossas livres decisões, em acréscimo a fatores externos. Visto que Deus havia planejado levar José ao Egito, e os seus irmãos não estavam, num sentido importante, livres para o matar, mesmo tendo a certa altura planejado faze-lo. Golias também não podia matar Davi, nem Jeremias poderia não ter existido. Os soldados romanos também não poderiam quebrar as pernas de Jesus quando ele estava pendurado naquela cruz, pois os profetas de Deus haviam declarado algo diferente.
    As Escrituras nos ensinam diretamente que Deus causa nossas livres decisões. E não somente predestina o que acontece conosco, como também o que escolhemos fazer. A origem da decisão humana é o coração (Lc 6:45). Porem este coração está sobre o controle de Deus: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o SEU querer, o inclina”(Pv 21:1). É isso que Deus fez como Ciro. Isso também é o que ele fez com Faraó do Êxodo (Rm 9:17; Êx 9:16).
    (…)
    Deus controla as nossas decisões e atitudes livres, predizendo frequentemente essas decisões muito antes de acontecerem. Durante o exílio, Deus “fez” um chefe oficial babilônico, “conceder a Daniel misericórdia e compreensão” (Dn 1:9). Depois do exílio, o Senhor “os tinha alegrado, mudado o coração do rei da Assíria a favor deles (Israel) (Ed 6:22). Frequentemente, e por vezes muito antes de o acontecimento ocorrer, Deus nos diz o que um ser humano decidirá livremente o que vai fazer. O ponto aqui NÃO é meramente que Deus tem conhecimento antecipado de um acontecimento, mas que Ele está cumprindo o Seu propósito por meio dele.
    John Frame

    Mas e Mateus 18?!

    Já presenciei diversas situações em que tentativas de exercer a disciplina em pastores e líderes que cometeram faltas em público, abertamente, do conhecimento de todos, foram engavetadas sob a alegação de que os denunciantes ou queixosos não cumpriram antes o que Jesus preceitua em Mateus 18:15, “Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.”
    Todavia, esses passos iniciais que Jesus estabeleceu em Mateus 18 têm a ver com irmãos faltosos que pecaram “contra nós” (Mat 18:15-17). Em vários manuscritos gregos antigos a expressão “contra ti” não aparece, o que tem levado estudiosos a concluir que se trata de uma inserção posterior de um escriba. Todavia, existem vários argumentos em favor da sua autenticidade. Primeiro, mais adiante no texto, tratando ainda do mesmo assunto, Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe?” (Mat 18:21). A pergunta de Pedro reflete o entendimento que ele teve das instruções de Jesus quanto ao pecado de um irmão contra ele. Segundo, a expressão “contra ti” aparece na maioria dos manuscritos, ainda que mais recentes. Terceiro, a omissão da expressão nos manuscritos mais antigos pode se explicar pela ação deliberada de um escriba que quis generalizar o alcance das instruções. Por esses motivos, consideramos a expressão como tendo sido originalmente pronunciada por Jesus.

    Notemos, portanto, que em Mateus 18 o Senhor não tem em mente os pecados públicos cometidos contra a Igreja de Cristo. O Senhor está tratando do caso em que um irmão pecar “contra mim”. Num certo sentido, todos os pecados que um irmão comete acabam sendo contra mim, pois sou membro da Igreja que ele ofendeu. Mas, existem ofensas e faltas que me atingem de forma direta, como indivíduo. É disso que Mateus 18 trata.

    Portanto, há que se distinguir duas situações gerais que precisam ser tratadas de forma diferente: aqueles pecados que foram cometidos abertamente e que são do conhecimento público, e aqueles outros que foram cometidos diretamente contra uma pessoa, e que ainda não são do conhecimento público. Os primeiros, os tais pecados abertos e públicos, devem ser tratados imediatamente pela Igreja, e não por indivíduos em conversas privadas. Os segundo, estes sim, exigem o tratamento que Jesus ensina em Mateus 18. Evidentemente, há pecados que se encaixam nas duas categorias e nem sempre é possível distinguir com facilidade o caminho a seguir.

    De acordo com Calvino, os pecados abertos e públicos devem ser tratados sem demora pelos conselhos das igrejas, para que os bons membros não sofram uma tentação a mais ao pecado ocasionada pela demora. Calvino apela como prova para a repreensão pública imediata que Paulo fez a Pedro, conforme Gálatas 2:11,14. Paulo não esperou para falar em particular a Pedro. Como o pecado de Pedro, que era a hipocrisia, foi cometido abertamente, Paulo passa a repreendê-lo abertamente, sem demora.

    Paulo também orienta Timóteo a disciplinar publicamente aqueles que vivem no pecado: “Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1Tim 5:20). Não há aqui nenhuma menção da necessidade de procurar esses faltosos em particular uma ou duas vezes, mas apenas a necessidade de se estabelecer o fato pelo depoimento de testemunhas.

    Quando Paulo tratou do caso do imoral de Corinto, um caso que era público, notório e do conhecimento de todos (cf. 1Cor 5:1), pediu a imediata exclusão do malfeitor (1Cor 5:13), lamentando que isso ainda não tivesse acontecido. Quando Ananias e Safira pecaram, mentindo abertamente sobre o valor das propriedades vendidas, ao trazerem diante dos apóstolos a sua oferta, foram disciplinados imediatamente por Pedro, sem que houvesse quaisquer encontros particulares anteriores com eles (At 5:1-11).

    As exortações de Paulo para que nos afastemos dos que ensinam falsas doutrinas (Rom 16:17), para que se admoestem os insubmissos (1Tes 5:14), para que nos apartemos dos desordeiros (2Tes 3:6), para que fujamos e nos separemos dos falsos mestres (2Cor 6:17; 2Tim 3:5) sugerem ação disciplinar exercida pela Igreja sobre membros da comunidades que notoriamente são insubmissos, desordeiros, divisivos, falsos doutrinadores. O apóstolo traz uma lista complementar em 1Coríntios: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Cor 5:11). No caso de Himeneu e Alexandre, dois notórios blasfemadores e divulgadores de falsas doutrinas, Paulo os entrega diretamente a Satanás (1Tim 1:20).

    Essas evidências levam à conclusão de que, no caso de irmãos que vivem notoriamente em pecado e que cometeram esses pecados abertamente, publicamente, não existe a necessidade de exortação particular e individual antes de se iniciar o processo disciplinar pela Igreja.

    Aqui cabe mais uma vez citar o pensamento de Calvino, ao comentar Mateus 18:15. O Reformador mais uma vez distingue entre pecados abertos e secretos e exclama: “Certamente seria um absurdo se aquele que cometeu uma ofensa pública, cuja desgraça é conhecida de todos, seja admoestado por indivíduos; pois se mil pessoas tiverem conhecimento dela, ele deveria receber mil admoestações”.

    Isso não significa negar aos faltosos o direito de se defender e de se explicar. O pleno direito de defesa sempre deve ser garantido a todos. Todavia, eles exercerão esse direito já diante da Igreja, e não diante de um irmão em particular, de maneira informal.

    A determinação de Paulo a Tito, para que ele se afaste do homem faccioso após adverti-lo duas vezes (Tit 3:10-11), pode parecer militar contra o que estamos dizendo acerca do tratamento de pecados públicos. Todavia, é provável que as duas advertências que Paulo menciona já sejam públicas e abertas, pois se trata de homem faccioso, isso é, que promove divisões na igreja pelo ensino de falsas doutrinas. Se as mesmas não surtem efeito, como disciplina preliminar, a exclusão (implícita no mandamento para separar-se) é o passo definitivo e final.

    Infelizmente, pela falta de distinção entre pecados públicos e pessoais, concílios e igrejas apelam para o não cumprimento de Mateus 18 em casos de denúncias feitas contra seus pastores, para travar administrativamente processos disciplinares contra os mesmos. Presenciei diversos casos de denúncias feitas contra pastores que haviam cometido faltas notórias e que foram arquivadas por seus concílios sob a alegação de que os passos de Mateus 18 não haviam sido cumpridos. Todavia, não se tratavam de faltas cometidas contra irmãos específicos, mas de erros públicos, notórios, que afetavam a Igreja de Cristo como um todo.

    (Augustus Nicodemus Lopes)

    Há quatro tipos de pessoas no mundo.

    Obediência a Lei, Confiança na Lei. Estas pessoas estão sob a lei e são geralmente muito presunçosas, hipócritas e se sentem superiores. Externamente, elas são muito seguras de que estão bem com Deus, mas, no fundo, carregam um monte de insegurança, uma vez que ninguém pode ter realmente certeza de que está vivendo de acordo com o padrão. Isso as torna irritáveis e sensíveis às críticas e devastadas quando suas orações não são respondidas. Isso inclui membros de outras religiões, mas aqui eu estou pensando, principalmente, em pessoas que vão à igreja. Essas pessoas têm muito em comum com os fariseus do tempo de Jesus.

    Desobediência a Lei, Confiança na Lei. Essas pessoas têm uma forte consciência religiosa de obras de justiça, mas elas não estão vivendo de forma consistente com a sua consciência. Como resultado, elas são mais humildes e mais tolerantes com os outros do que os “fariseus” acima, mas também são muito mais guiados pela culpa, sujeitas a alterações de humor e, às vezes, com muito medo de temas religiosos. Algumas dessas pessoas podem ir à igreja, mas elas ficam na periferia por causa de sua baixa autoestima espiritual.

    Desobediência a Lei, Não Confiança na Lei. Estas são as pessoas que jogaram fora o conceito da Lei de Deus. Elas são secularista intelectuais ou relativista ou tem uma espiritualidade muito vaga. Em grande parte escolhem seus próprios padrões morais e insistem que eles estão os alcançando. Mas Paulo, em Romanos 1:18-20, diz que em um nível subconsciente, elas sabem que existe um Deus a quem elas devem obedecer. Essas pessoas são geralmente felizes e mais tolerantes do que qualquer um dos grupos acima referidos. Mas, geralmente, há uma senso de justiça própria forte e liberal. Elas estão alcançando sua própria salvação por se sentirem superiores aos outros. Esta é apenas uma forma geralmente menos óbvia de justiça própria.

    Obediência a Lei, Não Confiança Lei. Estes são os cristãos que entendem o evangelho e estão vivendo a liberdade dele. Eles obedecem a lei de Deus com gratidão e alegria advindas do conhecimento de sua filiação e da liberdade do medo e do egoísmo que falsos ídolos haviam gerado. Eles são mais tolerantes do que o número 3, mais simpáticos do que o número 1, e mais confiantes do que o número 2. Mas a maioria dos cristãos lutam para viver número 4, e tendem a ver o mundo como o 1ª,  2ª, e até mesmo a 3ª pessoa. Mas na medida em que eles fazem isso, eles empobrecem espiritualmente.

     

    challies-lei

    O que é um cristão? (Mike McKinley)

    Para saber se você é um cristão, você deve conhecer a si mesmo e conhecer o que a Bíblia afirma que é um cristão.

    O que é um cristão pode parecer uma pergunta simples, mas pense quanto Jesus investiu respondendo isso. Quantas pessoas vieram a Cristo querendo a aprovação dele e quantas vezes Jesus responde o que significa ser um discípulo dele, o que significa ser um cristão. Veja Lucas 14.

    Jesus sabia que as pessoas confundiam o que significa ser seu discípulo. Mas não só Jesus, mas os apóstolos também (veja 1 João 3.5-9 – veja quão sério o apóstolo João é nesses versículos).

    4 Perguntas sobre “O que é um cristão?”:

    Por que está pergunta é importante?

    1)      A sua salvação depende da resposta para essa pergunta (Mateus 25.31-33, 41).

    2)      É possível que você esteja errado em sua resposta (Mateus 7. 21-23). Você pode ter feito uma oração aceitando Jesus e não ter confiado nele de verdade. No último dia, haverá pessoas que acham que estão bem com Deus, mas que irão para o inferno.

    O que é um cristão?

    Significa um seguidor de Cristo. A primeira vez que aparece é em Atos 11, provavelmente com conotações pejorativas, mas que

    Um cristão é alguém que recebeu o novo nascimento como um dom gratuito de Deus. Poderíamos pensar em várias outras categorias, como adoção (o cristão é um filho de Deus) ou justificação (um cristão é alguém justificado pela fé), mas hoje vamos pensar em termos de regeneração e novo nascimento. Vejamos João 3.1-15

    Jesus diz que Nicodemus precisava começar tudo de novo, um novo nascimento. Nicodemus ficou incomodado com a resposta de Jesus e começou a fazer perguntas.

    O cristão recebeu uma nova vida espiritual da parte de Deus.

    O que acontece quando você nasce de novo?

    O que vemos nas Escrituras é que quando Deus faz o maravilhoso trabalho de regeneração em uma pessoa morta espiritualmente, isso sempre produz resultados (Atos 16.14-18).

    O Espírito de Deus não nos vivifica e depois nos deixa, mas cria em nós uma nova fé, novos desejos. O Espírito de deus em nós causa transformação em nossas vidas: nos leva a rejeitar o pecado, arrepender-nos e confiar em Cristo. Tornar-se cristão é uma mudança completa. Não é trocar de time, trocar de perfume. É uma mudança espiritual completa. Se você nasceu de novo, você é uma criatura completamente nova.

    Isso não significa que você se torna imediatamente perfeito. A Bíblia é bem realista nesse assunto e deixa claro que a regeneração não tira todo o pecado remanescente do novo coração.

    Mas significa que quem nasceu de novo irá começar a viver de forma diferente; começará a produzir os frutos do Espírito: Gálatas 5.22-24.

    Como você pode dizer que nasceu de novo?

    O novo nascimento não é sempre algo externamente espetacular. Não é sempre a experiência de Paulo na estrada para Damasco. Às vezes, pode ser difícil dizer se aconteceu, mas isso não significa que você não consegue saber se nasceu de novo. Apesar do novo nascimento ser algo invisível, ele se mostra através dos frutos que começam a brotar. Não é se você diz que produz frutos, mas se você dá frutos.

    Analise a sua vida. Você vive uma vida dupla, na igreja é cristão e fora é pagão? Você acha que é cristão por ter levantado a mão e aceitado Jesus no coração, mas nunca produziu frutos? Você realmente nasceu de novo? Se você suspeita que não é um cristão de verdade, não desperdice mais um dia sequer: arrependa-se dos seus pecados e confie na salvação de Cristo.